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A Liberdade Guiando o Povo, de Eugène Delacroix

A Liberdade Guiando o Povo, de Eugène Delacroix (1830).

Direita e Esquerda: o que esses termos significam, afinal?

Por que dividem a política entre direita e esquerda? O que esses termos significam? Tratam-se de termos de origem histórica, sobre a qual falamos um pouco neste artigo. Confira!

Sérgio da Silva por Sérgio da Silva
2 de novembro de 2016 - Atualizado em 10 de maio de 2019
em História, História Geral
Reading Time: 10 mins read
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Com a queda da União Soviética e hegemonia do capitalismo por meio da globalização, muitos dizem hoje que os termos esquerda e direita não possuem muito sentido. Esse tipo de afirmação demonstra um certo desconhecimento (ou mesmo má-fé sobre essa questão) a respeito da origem desses termos, além de confundir sua suposta superação com as mudanças pelas quais passaram alguns grupos políticos, quando estes em nenhum momento deixaram de se encaixar nessa definição clássica.

A esquerda e a direita vão muito além do contexto da Guerra Fria. São termos que,na verdade, englobam variadas vertentes, das mais radicais às mais moderadas, e que não pertencem à dicotomia que existiu entre socialismo real, capitaneada pela extinta União Soviética, e capitalismo, capitaneado pelos EUA. Assim como é um erro decretar o seu fim, baseando-se na sua aparente diluição observada na política representativa.

Então, o que exatamente esses termos significam? Realmente são termos datados para definir quem é quem na política atualmente? Ou esses termos nada mais são que uma forma, simplificada, mas prática, de definir a nossa postura diante do status quo, o que os deixa mais atuais do que nunca antes?

A Revolução Francesa e a origem da Esquerda e da Direita

Assembleia francesa em 1789
Assembleia francesa em 1789: os representantes do status quo à direita; os representantes do povo à esquerda.

As origens da oposição política “esquerda x direita” remontam à Revolução Francesa, devido às posições físicas que os partidários de certas reivindicações e propostas ocupavam na Assembleia.

Em 1789, o então novo ministro, Necker, convenceu o rei a convocar a Assembleia dos Estados Gerais, que não se reunia desde 1614. Os que ficavam à direita do rei na assembleia eram os que defendiam  a antiga ordem. Eram compostos basicamente por aristocratas (nobreza) e o Clero. Eles defendiam a ordem estabelecida da época, o status quo[1], isto é, a classe dominante e o direito hereditário ao poder.[2]

Quem ficava à esquerda, o chamado Terceiro Estado, defendia a igualdade de condições dentro da sociedade, independentemente dos privilégios concebidos pela hereditariedade que a aristocracia tinha (lembremos que na antiga ordem Feudal, somente os nobres poderiam ter posses). Essa posição era composta por representantes de 98% da população francesa, entre eles os que futuramente seriam chamados de Jacobinos e os Girondinos. Quem ficava do lado direito defendia a conservação do poder pela classe dominante, e quem ficava do lado esquerdo defendia a igualdade de condições.

Portanto, a burguesia , representada pelos Girondinos, ficava à esquerda da assembléia formando um único bloco composto também pelos trabalhadores da cidade e pelo campesinato, todos reivindicando igualdade social e a quebra da ordem feudal. No futuro, a igualdade conquistada será suficiente para o primeiro grupo (burguesia), mas o segundo continuará reivindicando igualdade.[3]

“A pressão externa resultou, internamente, numa radicalização revolucionária. A unidade inicial do terceiro estado contra os aristocratas desapareceu, cedendo lugar a uma complexa composição político-partidária, na qual se destacariam dois partidos: 1) os girondinos, formados pela alta burguesia que defende as conquistas da revolução, mas não quer mais avanços nas concessões aos trabalhadores e às classes pobres, os chamados sans-culottes; e 2) os jacobinos, pequena e média burguesia que, sob a liderança de Robespierre, quer mais avanços, contando com o apoio das massas populares.”[4]

O rei, mediante a radicalização da revolução, começa a apoiar os Girondinos, que passam para a direita nas assembleias seguintes. É a partir dessas assembleias, com os Girondinossentados à direita, que “nasce” a concepção histórica de “direita x esquerda” e entendemos esse evento como marco inicial da polarização politica que usamos até hoje. Direita e esquerda, como são entendidas hoje, tem sua origem remetida neste ponto da revolução.

O objetivo aqui não é uma descrição profunda dos eventos que formaram a Revolução Francesa, portanto, para mais detalhes, estão disponíveis links abaixo deste texto.

Quando os termos esquerda e direita passam a definir o posicionamento político diante do status quo

Comuna de Paris
A Comuna de Paris.

Após vários eventos, os Girondinostomam o poder e colocam na liderança da primeira república francesa, por meio  de um golpe de estado, o oficial Napoleão Bonaparte. Inicia-se o período Bonapartista na Europa, Napoleão proclama-se imperador em maio de 1804 e parte para uma série de conquistas territoriais e, inspirado pelo Império Romano, tenta unificar a Europa sob um único líder.

Após a queda de Napoleão e da desfragmentação de suas conquistas territoriais, houve o aniquilamento de praticamente todas as monarquias absolutistas na Europa, assim como o fim dos privilégios da antiga ordem feudal e quase todas as colônias europeias na América tornaram-se independentes.[5] A geopolítica ocidental se remodelava em torno de uma “nova” classe dominante, exclusiva e absoluta, a Burguesia.[6] O termo “esquerda x direita” começava a ser usado pelos escritores da época, e sempre respeitando a seguinte premissa:

Direita: conservação do status quo e defesa dos ideais da classe dominante, tendo ela adotado costumes voltado ao mercado, no entanto, vale ressaltar, que não abandonou os antigos costumes estamentais, que valorizavam o prestígio como elemento hierárquico de distinção social.

Esquerda: mudança no status quo e reivindicação da igualdade perante a classe dominante, ou de concessão de maiores direitos sociais e econômicos.

Perceba que a direita, representada pela burguesia, valorizava o prestígio como elemento hierárquico, portanto a igualdade conquistada na Revolução Francesa foi parcial, e não beneficiou totalmente os 98% de franceses que se colocavam à esquerda nesse período revolucionário.

Em 1848, na Europa, aconteceram as primeiras grandes movimentações populares contra essa nova classe dominante, os trabalhadores se levantaram contra a burguesia, reivindicando igualdade social. Portanto a burguesia, nesse contexto, configurada como classe dominante, com a premissa de conservar a atual ordem social, foi definitivamente empurrada para direita, assim como seus defensores.

Sempre que uma ideologia ou movimento politico surgia pela defesa do capital, pela liberdade parcial conquistada na revolução francesa e pela conservação do status quo, ele era classificado como de direita, e, se um movimento surgisse contra o capital, reivindicando ampla liberdade e contra o status quo [7], era imediatamente classificado como de esquerda. No Manifesto Comunista, de 1848, Marx já classifica a burguesia como direita (e ele não foi o primeiro). O surgimento ou o crescimento de um movimento dentro da esquerda proporcionalmente faria surgir ou crescer um movimento oposto direita, e vice-versa.

Com as movimentações operárias, a Liga dos Comuns e a crescente influência de Marx, a esquerda passa a incorporar a ampla defesa dos direitos trabalhistas (proletários).

O debate acerca da Social-Democracia e a Revolução Russa de 1917 reforçam qualquer defesa pelo Capitalismo para a direita.

A emergência do Keynesianismo pós Crise de 1929 e dos Estados de bem-estar social, com suas politicas intervencionistas, reforçam a oposição entre liberdade de mercado e intervenção do Estado na economia. Logo, esse conceito de liberdade econômica só é reforçado na direita como uma oposição ao estado de bem-social, que automaticamente passa a configurar na esquerda (principalmente defendido pela Social-Democracia).

O objetivo deste breve histórico foi mostrar que o liberalismo é de direita, mas nem toda a direita é liberal, porque existem algumas questões fundamentais: a burguesia, a conservação do status quo e a defesa do capitalismo. Os reacionários monarquistas também estavam na direita. Portanto, um Estado ditatorial, com políticas de controle da economia, apoiado e sustentado por uma parte da elite burguesa, com o propósito de realizar intervenções estatais visando a manutenção e/ou a ampliação dos privilégios dessa elite burguesa, não seria Liberal (por motivos óbvios), mas isso não descaracterizaria sua posição no espectro político, que é de direita, assim como seria de direita um partido que defendesse esses pontos em seu plano de governo.

Marx exemplifica bem como a ordem burguesa, mediante a crise do capital, e, consequentemente, a perda do controle das massas, desembocaria em um regime capitalista duro, tirano, a fim de entregar-se aos seus negócios privados sob a proteção de um governo forte e autoritário. Deste modo, fica claro que a intervenção estatal não pode ser classificada diretamente como uma política de esquerda, porque tudo depende de qual é o objetivo que essa política intervencionista se propõe.

Ainda, como o historiador Boris Fausto salienta:

“[…] essas noções [direita e esquerda] não constituem abstrações imutáveis, aplicáveis a qualquer situação histórica e a qualquer país. Mais ainda, pelo menos uma parte de seus conteúdos transita da direita para a esquerda e vice-versa, o que significa a impossibilidade de se estabelecer fronteiras rígidas do espectro político. Tendo em vista essas ressalvas, autores como René Rémond, ao lidar com a questão, preferem falar em “direitas” no plural, distinguindo umas das outras para maior clareza. Rémond introduz pontos de gradação — o centro, o centro-direita, o centro-esquerda —, recusando um esquema binário que lhe parece não dar conta da fisionomia das diversas correntes políticas.

Passando ao contexto brasileiro, a partir das primeiras décadas do século XX, para estabelecer uma data, podemos identificar alguns princípios comuns a um leque de correntes que, por suas concepções, formam o espectro político da direita. Os principais deles me parecem ser a defesa de uma ordem autoritária, a repulsa ao individualismo em todos os campos da vida social e política, o apego às tradições, o papel relevante do Estado na organização da sociedade. Esse recorte exemplificativo deixa portanto de incluir a ideologia liberal, mesmo a mais conservadora na “família da direita”, dadas suas concepções sobre a soberania e a representação.” [8]

Vale lembrar que neste texto tratamos da origem histórica dos termos “direita e esquerda”, fizemos uma definição básica desses posicionamentos políticos, porém eles possuem uma maior complexidade, além de possuírem ramificações, das quais trataremos em futuros artigos.

Referências:

• SCIELO – PARTIDOS, PROGRAMAS E O DEBATE SOBRE ESQUERDA E DIREITA NO BRASIL

• UOL Educação – Revolução Francesa (2): Direita e esquerda: contenção e radicalização

Para saber mais:

• BEUD, Michel – História do Capitalismo
• MARX, Karl – O 18 Brumário de Luís Bonaparte
• BOBBIO, Norberto – Direita e esquerda: razões e significados de uma distinção política

Notas:

[1] O estado atual das coisas, a situação. Expressão originária do latim: “in statu quo res erant ante bellum” ou “no estado que as coisas se encontravam antes da guerra”.

[2] Na época da Revolução Francesa, esse domínio estava totalmente desgastado e seriamente ameaçado pela burguesia.

[3] É necessário frisar que foi considerado o contexto social da França na época tratada, pois o poder da burguesia como classe variava muito entre os países europeus, tanto é que considera-se a primeira revolução burguesa da História a Revolução de Avis em Portugal no século XIV.

[4] Parágrafo do seguinte texto: Revolução Francesa (2) – Direita e esquerda: contenção e radicalização

[5] A independência dos EUA é anterior à Revolução Francesa, e marca o aprofundamento das revoluções burguesas no mundo.

[6] A ascensão burguesa nesse caso não sugere uma ruptura drástica, já que a formação e ascensão da burguesia remontam 500 anos de história até a Revolução Francesa.

[7] Ser um grupo de esquerda contra o status quo não implicava diretamente em querer uma mudança drástica da sociedade, já que dentro desses grupos permeavam os chamados reformistas de esquerda (os utópicos, por exemplo) que propunham mudanças em setores chaves da sociedade, mas sempre com a premissa de que essas reformas gerariam igualdade social.

[8] O pensamento nacionalista autoritário: (1920-1940) (Descobrindo o Brasil)” de Boris Fausto.

Tags: CapitalismodireitaEsquerdaLiberalismoRevolução Francesa
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