31 de janeiro de 2023
  • Apoio
  • Fale Conosco
    • Envie sua mensagem
    • Envie o seu artigo
  • Login
Voyager
  • Política
    • Nacional
    • Ideologia
      • Conservadorismo
      • Liberalismo
        • Neoliberalismo
        • Ultraliberalismo
      • Socialismo
        • Anarquismo
  • História
    • Geral
  • Economia
  • Cultura
    • Arte
  • Tecnologia
    • Internet
  • Ciência
  • Mundo
    • EUA
    • Israel
    • Reino Unido
      • Inglaterra
    • Rússia
    • URSS
Sem Resultado
Ver todos os resultados
Voyager
  • Política
    • Nacional
    • Ideologia
      • Conservadorismo
      • Liberalismo
        • Neoliberalismo
        • Ultraliberalismo
      • Socialismo
        • Anarquismo
  • História
    • Geral
  • Economia
  • Cultura
    • Arte
  • Tecnologia
    • Internet
  • Ciência
  • Mundo
    • EUA
    • Israel
    • Reino Unido
      • Inglaterra
    • Rússia
    • URSS
Sem Resultado
Ver todos os resultados
Voyager
Sem Resultado
Ver todos os resultados
Metropolis

Arte de Rodolfo Damaggio e Ruairi Robinson.

Cherry Picking: uma das falácias mais usadas na Internet em 10 exemplos

Conheça a falácia Cherry Picking ou Cata-Cereja, muito utilizada pela direita nas discussões políticas na internet, principalmente nas redes sociais como o Facebook.

Robson Fernando de Souza por Robson Fernando de Souza
21 de dezembro de 2016 - Atualizado em 2 de junho de 2019
em Hiperlistas, Lógica
Reading Time: 6 mins read
A A
14
2.9k
Shares
60.9k
Visualizações
FacebookTwitter

Muito provavelmente você já viu uma foto assim nas intermináveis discussões políticas que acontecem na internet, principalmente em redes sociais como o Facebook:

cherry picking

De um lado, uma cidade cheia de luzes e prédios “bonitos” do centro financeiro de alguma megacidade, simbolizando a “glória” do capitalismo.

Do outro, uma favela, numa foto que realça as condições de miséria no local fotografado, como se exemplificasse um alegado empobrecimento generalizado causado pelo socialismo ou por outras políticas quaisquer de esquerda ou que a direita  julga tratar-se de uma política de esquerda.

Essa estratégia, na verdade, é uma falácia, ainda que não seja hoje muito conhecida como tal: é a falácia das fotos localizadas.

No que consiste esse tipo de falácia?

A falácia das fotos localizadas costuma ser utilizada como se fosse um argumento bom e plausível, na tentativa de ilustrar e endossar argumentos de pessoas de direita defensoras do capitalismo.

Essa falácia consiste em comparar duas fotos: uma que favorece e “comprova” o ponto de vista do argumentador e outra que prova como a antítese desse ponto de vista é algo absurdo.

Ocorre, por exemplo, quando um defensor do capitalismo usa uma foto de um centro urbano esplendoroso, cheio de luzes, prédios e tecnologia avançada, como a downtown de Tóquio, e a contrasta com uma imagem de um local degradado, como uma favela de localização não determinada ou um beco deteriorado em Havana, capital de Cuba, rotulada como sendo de um “país socialista”.

Esse exemplo é usado para tentar argumentar que o capitalismo é “inquestionavelmente melhor”do que o socialismo. Afinal, segundo teorizam, cidades capitalistas seriam sempre belas, modernas e prósperas graças ao império do capital. Isso ao mesmo tempo em que cidades de países governados por políticos de esquerda seriam empobrecidas, antiquadas, malconservadas e decrépitas especificamente por estarem submetidos a um governo socialista.

Por que é uma falácia

metrópole violenta

Essa estratégia é falaciosa porque usa características bem localizadas, como se pudessem retratar todo o universo existente, respectivamente, de cidades capitalistas ou socialistas.

Essa é uma falácia já conhecida no meio acadêmico. É a chamada falácia cata-cereja, que usa dados esperta e cuidadosamente selecionados, como a foto noturna de um centro de uma megacidade capitalista contrastada com a de uma favela supostamente localizada na periferia de uma cidade de país “socialista”, para tentar endossar um determinado argumento, ignorando todas as evidências que lhes são contrárias.

A falácia ocorre aqui porque a foto do luminoso centro de megacidade corresponde a uma minoriada extensão territorial total dessa mesma cidade. Porém, mesmo o centro da cidade também é desigual e é na foto apenas uma paisagem que esconde lugares de vida e trabalho desiguais, contendo uma dinâmica de acumulação de riqueza e renda também desigual.

Em milhares de cidades situadas em países capitalistas ao redor do mundo, há bairros centrais ou periféricos bem cuidados, luminosos e “desenvolvidos” dividindo a extensão territorial municipal com locais, seja do próprio centro ou da periferia, maltratados pela ação do tempo e pela falta de revitalização.

Mesmo cidades que são tidas como foco do capitalismo globalizado, como Nova York, São Paulo, Londres, Tóquio, Roma, Pequim, Xangai, Berlim, Rio de Janeiro e Cidade do México, têm localidades padecendo com a carência de políticas públicas ou privadas de conservação e revitalização.

Por outro lado, há bairros bonitos e aparentemente prósperos em cidades de países considerados socialistas. O exemplo mais conhecido é Pyongyang, capital da Coreia do Norte, com bonitos edifícios na paisagem. E até certo ponto, é possível encontrar também fotos bonitas de cidades socialistas do passado, como Moscou na década de 70, quando era a capital da União Soviética, ostentando o padrão de “cidade moderna” da segunda metade do século 20, e uma foto bem tirada da noite de Havana.

No final das contas, tanto os países capitalistas como os “socialistas” possuem incontáveis contrastes entre locais belos e luminosos e regiões feias ou empobrecidas. E as fotos nada revelamsobre ambos os casos, exceto que em todos eles há desigualdade e seletividade nas políticas de gestão urbana e distribuição de renda.

Pelo contrário, é possível até usar essa estratégia para criticar o capitalismo, se eu tirar, por exemplo, uma foto da Avenida Paulista, em São Paulo, e colocá-la junto da imagem de uma favela da periferia da mesma cidade.

Na geografia é considerada a diferença entre paisagem e lugar, e os processos sócio-espaciais globais. O cerne da diferença é entre aparência, essência e totalidade em movimento.  Logo, o conhecimento sobre o local que se retrata é muito mais amplo do que uma paisagem e um lugar específico, pois envolve as dinâmicas da divisão do trabalho e da sua interação na totalidade do globo. O saber restrito ao visível é puro empirismo positivista.

A falácia cata-cereja desnudada em 10 exemplos

1. Chile

 

1 de 3
- +
Santiago
Periferia de Santiago
Favela em Santiago

1. Como retratam o Chile: centro financeiro de Santiago.

2. O que ignoram do Chile: periferia de Santiago.

3. o que ignoram do Chile: Favela próxima ao centro de Santiago.

2. Hong Kong

 

1 de 3
- +
Hong Kong
Hak Nam
Gaiola humana

1. Como retratam Hong Kong: A reluzente verticalização de Hong Kong, que tanto impressiona os incautos.

2. A Hong Kong inconveniente: Uma das favelas verticais de Hak Nam, localizada logo atrás dos prédios reluzentes do centro de Hong Kong.

3. A Hong Kong esquecida: As gaiolas humanas de Hong Kong.

3. EUA

 

1 de 3
- +
Nova Iorque
foodstamp
casal no esgoto de Las Vegas

1. Como retratam os EUA: Os arranha-céu de Nova Iorque.

2. O que ignoram: Desempregados famintos na fila do food stamp, em Nova Iorque.

3. O que jamais mostrarão: Casal vivendo no esgoto, em Las Vegas.

4. Cingapura

 

1 de 3
- +
Cingapura
Mosaico da Pobreza em Cingapura
Favela em Cingapura

1. Como apresentam Cingapura: região central de Cingapura.

2. A Cingapura ignorada: Mosaico mostrando a situação dos mais pobres em Cingapura.

3. A Cingapura escondida: favela em Cingapura.

5. Emirados Árabes Unidos

 

1 de 3
- +
Emirados Árabes
Trabalhadores de Dubai
Favela de Dubai

1. Como mostram os EAU: O centro de Dubai, nos Emirados Árabes.

2. A parte em que se calam: A situação daqueles que trabalharam para levantar os arranha-céus de Dubai.

3. O que não vão te contar: Favela atrás dos arranha-céus de Dubai.

6. Panamá

 

1 de 3
- +
Pobreza no Panamá
Crianças no Panamá

1. Como maquiam o Panamá: A região central da Cidade do Panamá.

2. A parte sem maquiagem: A realidade logo atrás dos arranha-céus do Panamá.

3. A real face do Panamá: Criança buscando sustento num lixão do Panamá.

7. Irlanda

 

1 de 3
- +
Dublin
Ruas de Dublin
Irlanda sem duendes

1. Irlanda, segundo os neoliberais: Ponte Samuel Beckett , em Dublin, Irlanda.

2. Irlanda, segundo a realidade: Mãe com filho mendigando nas ruas de Dublin. Uma em cada três crianças passam por privações na Irlanda, entre as quais a falta de alimentos.

3. Irlanda sem duendes: Exclusão social nas ruas de Dublin.

8. Coréia do Sul

 

1 de 3
- +
Coréia do Sul
slum in South Korea
Idosos na Coréia do Sul

1. A Coréia do Sul como os neoliberais mostram em seus memes.

2. A Coréia do Sul que não está nos memes dos neoliberais: A favela de Guryong, logo atrás dos prédios reluzentes que aparecem nos memes sobre a “superioridade” do capitalismo.

3. A Coréia do Sul que ignoram: Idosos na fila para receberem um prato de comida em Seul. Na Coréia do Sul existe uma alta taxa de suicídio entre idosos.

9. Austrália

 

1 de 3
- +
Australia
pobreza na Austrália
Crianças de rua na Austrália

1. Como mostram a Austrália: Sidnei em todo o seu esplendor.

2. A Austrália ocultada: A pobreza da periferia de Sidnei. 2,5 milhões de australianos vivem na pobreza.

3. A Austrália sem futuro: Crianças de rua, em Sidnei. Mais de 600 mil crianças na pobreza, entre as quais 16 mil não têm casa.

10. Japão

 

1 de 3
- +
slum in Osaka
Mendigo no Japão

1. Como resumem o Japão: A reluzente Tóquio.

2. O que fingem não saber: A favela de Kamakasaki, em Osaka.

3. O que não ousam mostrar: A exclusão social em Tóquio. No Japão, 1 entre 6 pessoas estão abaixo da linha da pobreza.

Considerações Finais

Essas questões de segregação urbana e como o ambiente urbano é construído no modo de produção capitalista , é um fenômeno que surgiu com o próprio capitalismo.  Em todas as cidades de economia capitalista o espaço urbano sempre segue a lógica de segregação das camadas mais pobres, cujos bairros ficam sem infraestrutura e serviços, o que pode ser revertido caso haja investimento público em urbanização e habitação para a revitalização dessas áreas.

Usar fotos contrastantes entre bairros ricos bonitos e bairros pobres feios nada depõe a favor do capitalismo e das políticas de direita. Pelo contrário, pode até depor contra a ordem desigual e injusta que ambos impõem aos seres humanos.

Então, se você compara o luminoso centro de Nova York com o beco degradado de Havana, reveja o uso desse argumento. Ou então, prepare-se para ser confrontado com, digamos, fotos de regiões degradadas da periferia da mesma Nova York e bonitos cartões postais do centro de Havana, ou mesmo dos bairros de elite de Pyongyang.

Reflita se o capitalismo é tão difícil de se defender ao ponto em que você precisa usar artifícios falaciosos para mostrar como é “bom” um sistema que permite a existência de centros superurbanos e bairros de elite em contraste com favelas e outros bairros muito pobres e degradados.

Contribuição de Adriele Schons e Claudio R. Duarte.

Tags: direitaEsquerdaEvidência SuprimidaFaláciaSofisma
Compartilhar1TweetEnviar
Post Anterior

Noruega: conheça os fatores do seu desenvolvimento

Próximo Post

Liberalismo e Nazifascismo possuem mais afinidades do que você imagina

Ler todos os comentários

Voyager no Facebook

Newsletter

Destaques

  • Trending
  • Comentários
  • Últimas
liberais e fascistas

Liberalismo e Nazifascismo possuem mais afinidades do que você imagina

2 de janeiro de 2017 - Atualizado em 4 de junho de 2020
O Brasil está se destruindo e estes são os motivos

O Brasil está se destruindo e estes são os motivos

18 de abril de 2019 - Atualizado em 28 de abril de 2019
Scott Gustafson – Sambo

12 estereótipos racistas dos EUA que você já viu mas não percebeu

18 de janeiro de 2018 - Atualizado em 29 de novembro de 2020

O mito da Coréia do Sul: seu desenvolvimento não se deve ao liberalismo

25 de fevereiro de 2017 - Atualizado em 5 de setembro de 2021
Voyager é uma mídia a favor do desenvolvimento humano

Voyager é uma mídia a favor do desenvolvimento humano

28
Cientistas

10 célebres cientistas destroem o mito do “esquerdista de humanas”

27
Biagio como Minos, de Michelangelo

12 fantásticos artistas que seriam condenados pelo moralismo do MBL

23
A Liberdade Guiando o Povo, de Eugène Delacroix

Direita e Esquerda: o que esses termos significam, afinal?

15
Digital World Map

Enquanto o mundo desenvolvido subsidia a produção de semicondutores, Brasil liquida a “estatal do chip”

1 de junho de 2022 - Atualizado em 27 de novembro de 2022
humanidade

Estaria mesmo a humanidade condenada? Nossos ancestrais respondem

13 de janeiro de 2022 - Atualizado em 17 de janeiro de 2022
Ao contrário do que diz, Bolsonaro apoia invasão estrangeira na Amazônia

Ao contrário do que diz, Bolsonaro apoia invasão estrangeira na Amazônia

29 de novembro de 2020 - Atualizado em 16 de dezembro de 2021
Como a análise da crise das democracias liberais morre

Como a análise da crise das democracias liberais morre

28 de setembro de 2020 - Atualizado em 16 de dezembro de 2021

RSS Veja em El Coyote

  • Clever Home Technology 20 de novembro de 2022
    Using brilliant home technology, you can control a variety of kitchen appliances in your house. This includes lamps, door fastening,
    Linda Soares
  • Virtual Deal Equipment 8 de novembro de 2022
    Virtual offer tools help companies and organizations improve their organization processes. Several offer customizable features, including predicting the results of
    Linda Soares
  • Avoid The Hazards Of Pay Day Advance Loans 3 de novembro de 2022
    Everything can be completed all over your home internet. They make the entire process of getting an advance on an
    Linda Soares
  • VEREADOR JHONATAS MONTEIRO (PSOL) SOFRE NOVAS AMEAÇAS ATRAVÉS DE EMAIL SUPOSTAMENTE LIGADO À PREFEITURA DE FEIRA DE SANTANA, NA BAHIA: “A GENTE VAI JOGAR GASOLINA EM VOCÊ E NA SUA FAMÍLIA” 2 de agosto de 2022
    O email também apresenta ofensas racistas ao vereador e ao site Alma Preta, um dos veículos a noticiar as primeiras
    el Coyote
  • [Canadá] Antes dos Caminhões: a islamofobia como veículo para o fascismo 8 de julho de 2022
    Este é o primeiro de uma série de artigos que tem como intenção analisar o cenário no território ocupado pelo Estado do Canadá no contexto do “Comboio da Liberdade” (“Freedom Convoy” na língua dos gringos), um evento massivo que gerou inúmeras interpretações. Neste artigo, Pixo entra em detalhes sobre o mito do excepcionalismo canadense e […]
    Pedro Espindola

Voyager no Twitter

Facebook Twitter RSS

Editorial

Contato

Política de Privacidade

Termos de Uso

É livre a reprodução sem fins comerciais, desde que o conteúdo original não seja modificado e citando devidamente a fonte e o autor.

2016 – Voyager | Wordpress editado por Pixleo.

Sem Resultado
Ver todos os resultados
  • Ciência
  • Cultura
  • Economia
  • Filosofia
  • Hiperlistas
  • História
  • Política
  • Sociedade
  • Tecnologia
  • – Apoio
  • – Contato
  • – Termos de Uso

2016 – Voyager | Wordpress editado por Pixleo.

Olá! Que bom te ver aqui novamente! :-)

Login para sua conta

Esqueceu a senha?

Retrieve your password

Please enter your username or email address to reset your password.

Log In
Este site usa cookies. Ao navegar neste site você consente com o uso de cookies. Confira a nossa Política de Privacidade e Cookies.
Are you sure want to unlock this post?
Unlock left : 0
Are you sure want to cancel subscription?