Parece que foi ontem, mas a Voyager já está há mais de 2 anos no ciberespaço. Quando ela foi criada ainda existia no Brasil um otimismo em relação à internet, tanto que a própria Voyager surgiu desse sentimento. No nosso editorial de estréia, lamentávamos o mal uso da Internet, mas ao mesmo tempo a defendemos como uma ferramenta emancipatória, bastava que fosse corretamente utilizada.
Infelizmente, nesses últimos dois anos, o que vimos foi a intensificação do uso da Internet para espalhar fake news, desinformar, confundir, fortalecer preconceitos, destacando-se o uso massivo do Whatsapp para uma campanha de ódio baseada em mentiras, entre elas invenções absurdas, como a das mamadeiras eróticas espalhadas em creches pelo PT. Quem investiu na desinformação e ignorância venceu, e assim foi eleito o pior dos candidatos possíveis à Presidente da República.
Mas é permitido a nós desistirmos?
É necessário resistir e seguir em frente
A vitória do conservadorismo mais retrógrado para a presidência do Brasil é desanimador, mas não podemos recuar, pelo contrário, diante desse oceano de fake news que elegeram o atual presidente e que agora o blinda, as pessoas precisam mais do que nunca de mídias comprometidas com a verdade.
Em seus poucos mais de dois anos, a Voyager tentou cumprir sua proposta de ser um canal de combate à desinformação, de superação do senso comum e construção de conhecimento. Nesse intento, conseguimos derrubar diversos mitos e trazer à luz os reais fatores que transformam o mundo, em artigos sempre acompanhados de fontes e referências sérias. Quem nos acompanha sabe disso.
A Voyager foi exitosa em seu intento? Dentro de suas possibilidades e limitações, podemos dizer que sim. A Voyager tentou fomentar o senso crítico abordando diversos temas, alcançando milhares de pessoas. Tanto que também incomodou aqueles que vivem de mistificações.
Não é segredo para ninguém que a Voyager é crítica da dita economia “mainstream“, a qual se baseia em modelos que até podem funcionar em um mundo simulado onde os mercados agem sempre de forma ótima, mas que, na prática, trata-se de políticas que apenas beneficiam os mais ricos. É uma ideologia, e não um real caminho para o desenvolvimento.

Por conta disso, a página da Voyager no Facebook recebeu a “visita” de subcelebridades neoliberais como Renata Barreto (que “lacrou” em cima do cantor Tico Santo Cruz), Joel Pinheiro da Fonseca, colunista da Folha e da Exame, filho do ilustre economista Eduardo Giannetti da Fonseca (Joel também é conhecido por defender a venda de órgãos como uma forma dos pobres obterem renda); e de Carlos Goés, do Mercado Popular (que “refutou” o Piketti em um paper do FMI). A participação de todos na página foi hostil. Se os artigos da Voyager incomodam mistificadores da realidade, então, para nós, é sinal de que está no caminho correto.
Hoje neoliberais como Joel Pinheiro são apresentados pela grande mídia como oposição ao Bolsonaro, mesmo que na economia tenham discordâncias mínimas com o seu governo. Ou seja, além da política da desinformação e suas fake news, ainda temos que combater o monopólio do debate político que os conservadores querem impor.
Diante disso, as mídias independentes progressistas são mais necessárias do que nunca, do contrário o debate público no Brasil será tomado pelo conservadorismo, nos lembrando os tempos do Segundo Reinado, em que conservadores e liberais compartilhavam o governo, não havendo nada mais conservador do que um liberal no poder e vice-versa.
“Voyager 2.0”
Talvez devido às diversas mudanças de servidor, o site da Voyager estava apresentando problemas técnicos, em que o surgimento de bugs eram frequentes. O mais grave deles impedia que os leitores conseguissem enviar mensagens pelo site. Para resolver de vez esse problema, o site foi reiniciado e aproveitamos para fazer isso em um novo endereço, com um nome mais amigável.
Portanto, a Voyager está em fase de mudança. Aos poucos, os artigos serão transferidos para sua nova casa. Assim que um artigo for republicado aqui, ele deixa de existir no site antigo, logo, caso o artigo que procura tenha “sumido” do site antigo, basta substituir voyager1 por avoyager no endereço. Número de leituras e compartilhamentos, assim como as discussões via Disqus, também serão transferidos.
Infelizmente não tem como transferirmos os inscritos para receber notificações para o novo endereço, então pedimos encarecidamente que os inscritos na “voyager1” se inscrevam novamente na “avoyager”.
Para tornar o site da Voyager um ambiente seguro para seus leitores, também foram incluídos a Política de Privacidade e Termos de Uso, os quais aconselhamos a leitura. Em caso de dúvida, basta entrar em contato conosco.
Além de tentar voltar a publicar artigos regularmente como antes, a Voyager também quer explorar novas mídias, como vídeos, tão solicitados por alguns dos nossos leitores, e quadrinhos. Acreditamos que com essas mídias o nosso objetivo de dialogar com o público leigo será facilitado. Já na produção de artigos, investiremos mais em artes e gráficos próprios para ilustrá-los e contextualizá-los.

Apoie a Voyager
Para que os objetivos da “Voyager 2.0” sejam atingidos, contamos novamente com o seu apoio. O acesso ao conteúdo da Voyager é totalmente gratuito, mas para manter tudo isso e continuar produzindo conteúdo de qualidade, precisaremos de suporte.
Aos interessados, além de doações via paypal e pagseguro (links aqui), agora também é possível participar da nossa campanha no Apoia.se. É possível apoiar com apenas 1 real, o que já é uma grande ajuda. Quem estiver disposto a doar mais, há recompensas. Caso não possa apoiar financeiramente, ajude-nos compartilhando o conteúdo da Voyager com amigos e familiares nas redes sociais e, claro, pelo Whatsapp, que se mostrou uma ferramenta com um potencial incrível. Usaram-na para o mal, agora chegou a hora de a usarmos para o bem.
Estas são as mudanças e novidades por hora, queridas leitoras e queridos leitores. Somos profundamente agradecidos a todos que nos apoiaram e contamos com a sua permanência ao nosso lado, sem a qual não teremos como seguir no ciberespaço.
